BRASIL ESTÁ DISPOSTO A AJUDAR NA CRISE ENTRE EUA E VENEZUELA, AFIRMA LULA
_Fonte Correio Do Povo_
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira, 27, que o Brasil está disposto a contribuir para uma solução pacífica na crise da Venezuela e defendeu que o problema deve ser resolvido "na mesa de negociação, e não na base da bala".
Lula disse que o tema foi mencionado durante a conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia. "Eu que entrei no assunto, porque no material que entreguei a ele estava colocada a questão da Venezuela. Conheço a situação e acho que é importante ser resolvida em mesa de negociação", disse o presidente, em entrevista coletiva na capital da Malásia.
Os Estados Unidos vêm realizando ataques a embarcações supostamente a serviço do narcotráfico e posicionaram embarcações militares no Mar do Caribe, o que despertou a preocupação de Lula.
Lula reforçou a Trump que o Brasil tem experiência na mediação de crises políticas e citou o Grupo de Amigos da Venezuela, criado em 2003, como exemplo de diálogo bem-sucedido. "O Brasil já ajudou uma vez a fortalecer a democracia venezuelana. Acho que é possível encontrar uma solução, se houver disposição de negociação", afirmou.
Ucrânia x Rússia
Para Lula, é possível buscar uma solução negociada para a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, com o apoio dos Estados Unidos.
O presidente brasileiro disse que ainda não tratou do tema diretamente com o presidente americano, Donald Trump, mas demonstrou confiança de que a relação entre os dois países pode contribuir para um avanço diplomático.
"Ainda não falei com Trump sobre a guerra, mas acho que podemos resolver. Já são três anos de conflito. Acho que estamos chegando no ponto de acabar com isso", declarou.
Além disso, Lula criticou o desequilíbrio entre os gastos militares e os esforços globais contra a fome, em meio à continuidade da guerra. "O mundo já gastou 2 trilhões e 700 bilhões de dólares em armas e apenas 10% disso para acabar com a fome. É isso que me entristece."
Segundo o presidente, a prioridade do Brasil continua sendo a defesa da paz e da cooperação internacional. "Não precisamos de mais guerras. Precisamos de diálogo e coragem política para parar de matar inocentes", completou.