Canola e sorgo despontam como alternativas na região
Análise do custo de implantação das lavouras e a projeção de rentabilidade positiva favorecem as escolhas menos tradicionais
A área plantada com canola na região da Cotrisul, no centro-sul do Rio Grande do Sul, cresceu 60% em 2025. A decisão dos produtores rurais, que ampliaram em quase 4 mil hectares esse cultivo, é reflexo direto daanálise dos custos de produção e da busca de alternativas aos cultivos mais tradicionais.
“As dificuldades financeiras e a sensibilidade do trigo ao clima favoreceram o interesse pela canola nesse ano. Da mesma forma, muitos produtores optaram pela pecuária, ampliando em 10 mil hectares a área de pastagens cultivadas dentro da região de abrangência da cooperativa”, afirmou o engenheiro agrônomo Fábio Rosso, gerente do Departamento Técnico da Cotrisul.
Em 2025, a canola (que está em fase de floração) deve produzir de 25 a 30 sacos por hectare e apresenta raros problemas sanitários e de ataque de pragas. O trigo teve a área plantada reduzida em 40%. As plantas estão em estágio vegetativo e devem resistir bem às chuvas de agosto, o que mantém o potencial produtivo de 50 sacos por hectare.
O cenário regional contrasta com a média estadual. Segundo a Emater, em 2025 o Rio Grande do Sul teve estabilidade na área do trigo, em torno de 1,18 milhão de hectares, e a canola sofreu retração de 12% na área cultivada.
Verão também será de mudanças
A busca dos produtores por melhores resultados deve se repetir no ciclo de verão, favorecendo o crescimento de lavouras alternativas à soja.Embora ainda seja cedo para afirmar qual será a redução total na área da oleaginosa, o agrônomo afirma que os associados já sinalizaram mudanças para 5% da superfície atendida pela cooperativa.
Entre os associados à Cotrisul, o sorgo vem despertando interesse. Pesa nessa escolha, por um lado, a absorção da produção pela fábrica de ração da cooperativa e, por outro, os custos de produção até 60% menores que os da soja, com rentabilidade financeira final equivalente.A gramínea que produz o sorgo é mais rústica que planta da soja e, portanto, mais resistente às alterações do clima.
O volume de negócios de sementes já realizado pela Cotrisul permite projetar um crescimento de duas vezes e meia na área dedicada ao grão. De 400 hectares no ciclo 2024/2025, o sogo deve ocupar, pelo menos, mil hectares nas lavouras que começam a ser cultivadas em setembro.
______________________________