A Fragilidade da Jornada: Entre a Prevenção e o Chamado Divino

A notícia que ecoa hoje, o acidente envolvendo um ônibus com estudantes da UFSM na cidade de Imigrante, nos confronta brutalmente com a fragilidade da vida e a dor lancinante da perda. Em meio à consternação e à solidariedade às famílias enlutadas, ressoa com força a máxima: acidentes, quase sempre, são evitáveis. Essa dura constatação nos impele a uma reflexão profunda sobre a nossa responsabilidade individual e coletiva na preservação da vida.
A rotina de sair de casa, seja para estudar, trabalhar ou lazer, encerra em si um risco inerente, mas que pode ser significativamente mitigado pela atenção, pela prudência e pelo respeito às normas de segurança. A pressa, a distração, a imprudência ao volante, a falta de manutenção de veículos, a negligência com as condições das estradas – todos esses fatores contribuem para um cenário onde a tragédia se torna uma possibilidade real.
O acidente em Imigrante, cujas causas ainda serão apuradas, nos lembra da vulnerabilidade dos jovens, no auge de seus sonhos e projetos, interrompidos de forma abrupta e dolorosa. A comunidade acadêmica da UFSM, assim como toda a sociedade, sente o impacto dessa perda irreparável, um lembrete sombrio de que a vida é um bem precioso e irrepetível.
A sabedoria popular nos adverte: "ande pela vida e volte pra casa". Essa simples frase encerra uma profunda verdade sobre a importância de zelarmos pela nossa integridade física e pela segurança daqueles que nos cercam. Cada decisão que tomamos no nosso dia a dia, seja ao atravessar uma rua, ao dirigir um veículo ou ao embarcar em um transporte coletivo, carrega consigo o potencial de nos afastar ou nos aproximar do nosso lar, do convívio com nossos entes queridos.
A outra parte da máxima, "só morra quando Deus chamar: não se antecipe", nos convida a aceitar a finitude da vida como um mistério divino, ao mesmo tempo em que nos responsabiliza por não abreviarmos nossa jornada terrena por negligência ou imprudência. Buscar a segurança em cada passo, em cada ação, é uma forma de honrar a vida que nos foi dada e de respeitar o ciclo natural da existência.
Diante da tragédia em Imigrante, é crucial que se investiguem as causas do acidente com rigor e transparência, para que lições sejam aprendidas e medidas preventivas sejam implementadas com urgência. É fundamental reforçar a fiscalização das condições de transporte, investir em infraestrutura viária segura e promover a conscientização sobre a importância da direção defensiva e do respeito às leis de trânsito.
No entanto, a prevenção de acidentes não é apenas uma responsabilidade das autoridades. Cada indivíduo tem um papel fundamental a desempenhar, adotando comportamentos seguros, priorizando a atenção e a cautela em todas as situações e cobrando por condições mais seguras em seu entorno.
Que a dor causada pela perda dos estudantes da UFSM nos sirva de alerta e nos impulsione a uma mudança de cultura, onde a vida seja verdadeiramente valorizada e a prevenção de acidentes se torne uma prioridade inegociável. Que possamos todos andar pela vida com a consciência da sua fragilidade e a determinação de retornar em segurança para aqueles que nos esperam, deixando para o destino final o momento derradeiro do nosso chamado.
Marlon Santos

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