PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CARNES DEVERÁ SER RECORDE EM 2026
_Fonte Correio Do Povo
A produção das três principais proteínas animais brasileiras - a bovina, a suína e a de frango - em 2026 está estimada em 32,3 milhões de toneladas. O volume previsto, caso se confirme, representará um novo recorde na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), superando a atual estimativa de produção para este ano de 32,1 milhões de toneladas.
O bom resultado é influenciado pelo aumento na produção de carne suína e de frango, que devem chegar a aproximadamente 5,8 milhões de toneladas e 15,9 milhões de toneladas respectivamente, os maiores volumes já registrados pela estatal. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 18, pela Companhia, durante o evento Perspectivas para a Agropecuária Safra 2025/26, em Brasília.
O presidente da estatal, Edegar Pretto, comemorou os dados apresentados sobre a expectativa do próximo ciclo agrícola. “Para nós da Conab é um orgulho ver que as políticas públicas executadas pela Companhia têm ajudado o setor agropecuário brasileiro a alcançar ótimos resultados”, disse.
Demanda internacional
A boa produção estimada para a carne de frango em 2026 é influenciada por uma demanda internacional aquecida e por um bom ritmo no mercado interno. Ainda que neste ano o Brasil tenha registrado um caso de Influenza Aviária em maio, no Rio Grande do Sul, o foco foi rapidamente controlado, o que sustenta o posicionamento do Brasil como principal fornecedor global da proteína.
Assim, a expectativa é de continuidade da trajetória positiva das exportações em 2026, com o volume total embarcado estimado em 5,4 milhões de toneladas. Mesmo com a elevação nas vendas de carne de frango ao mercado internacional, a disponibilidade interna também deve registrar incremento no ano que vem, podendo chegar a 10,6 milhões de toneladas, possibilitando que a disponibilidade per capita seja estimada em 51,1 quilos por habitante, garantindo o abastecimento interno.
Cenário semelhante é observado para a carne suína. A produção recorde para esta proteína possibilita aumento na disponibilidade interna, projetada em 4,3 milhões de toneladas em 2026, além de uma nova alta nas exportações. O bom desempenho externo é impulsionado pela competitividade do produto brasileiro, bem como pela demanda consistente de novos mercados asiáticos diante da diminuição da demanda chinesa. Destacam-se Filipinas (que ultrapassou a China como maior comprador), Japão, Coreia do Sul e Cingapura. Com isso, as vendas externas devem atingir um novo recorde, superando a marca de 1,5 milhão de toneladas, resultado da continuidade da demanda asiática.
Bovino com reversão
No caso da carne bovina, a produção brasileira atingiu recorde histórico em 2024 totalizando 11,1 milhões de toneladas, impulsionada pelo elevado abate de fêmeas em final de ciclo pecuário. Já em 2025, observa-se o início da reversão do ciclo, com previsão de que a produção encerre o ano com leve retração, estimada em 10,9 milhões de toneladas. Para 2026, a tendência é de recuo mais acentuado na produção, consequência da menor disponibilidade de animais para abate, em função da ampliação da retenção de fêmeas e da recomposição de rebanhos. Assim, a estimativa da Conab é que a produção de carne bovina chegue a 10,6 milhões de toneladas no próximo ano.
Outras informações sobre o panorama de mercado projetado para carnes bovinas, suínas e aves para o próximo ano estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária Safra 2025/26. O documento também traz a projeção para a produção de arroz, feijão, milho, soja e algodão, além de artigo elaborado pelo Banco do Brasil sobre a importância do crédito rural como fomentador de uma agricultura que visa ao desenvolvimento dos negócios por meio de ações ambientais, sociais e de governança.