ONU ALERTA QUE RISCO DE GUERRA NUCLEAR ESTÁ “ALARMANTEMENTE ALTO”
_Fonte Correio Do Povo_
A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO) condenaram veementemente a intenção do governo dos Estados Unidos de retomar os testes de armas nucleares após mais de três décadas de moratória. O anúncio da retomada, feito pelo presidente americano Donald Trump, é visto como um retrocesso que ameaça a estabilidade global.
Alerta da ONU e da CTBTO
Em Nova York, o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq, alertou que "o risco de guerra nuclear já está alarmantemente alto" e fez um apelo para que a moratória global sobre testes nucleares "permaneça em vigor sob quaisquer circunstâncias".
De Viena, o secretário-executivo da CTBTO, Robert Floyd, ecoou a preocupação, afirmando que "qualquer teste explosivo de arma nuclear por qualquer Estado seria prejudicial e desestabilizador para os esforços globais de não proliferação e para a paz e segurança internacionais".
Floyd lembrou que o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) proíbe todas as explosões nucleares e garantiu que o sistema internacional de monitoramento da entidade "pode e vai detectar qualquer teste nuclear em qualquer lugar do planeta".
A decisão dos EUA e reações internacionais
A onda de condenações ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar nas redes sociais que instruiu o Pentágono "a começar a testar nossas armas nucleares em bases de igualdade", citando os programas da Rússia e da China.
Rússia: Moscou respondeu que retomará os testes se outros países abandonarem a moratória.
China: Pequim pediu que Washington respeite o CTBT.
EUA: O vice-presidente americano, JD Vance, defendeu a medida, argumentando que testar o funcionamento adequado do arsenal nuclear é parte essencial da segurança nacional.
Os Estados Unidos não realizam uma detonação nuclear desde 1992, e a retomada seria vista como um grave abalo ao regime global de não proliferação.
Riscos nucleares crescentes
A situação se torna ainda mais crítica com o contexto de riscos nucleares crescentes no mundo. Nesta semana, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) alertou que a não proliferação global está sendo testada "como nunca antes", citando:
As usinas nucleares da Ucrânia afetadas pela guerra.
As salvaguardas não resolvidas do Irã.
Os esforços renovados de inspeção na Síria.
Robert Floyd, da CTBTO, concluiu que este "momento complexo e desafiador" deve ser uma oportunidade para os líderes mundiais avançarem na ratificação do CTBT em prol de um mundo livre de testes nucleares.