MARK ZUCKERBERG ANUNCIA O FIM DO SISTEMA DE CHECAGEM DE FATOS E CRÍTICA
Em uma declaração polêmica feita nesta terça-feira (7.jan.2025), o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o fim do sistema de checagem de fatos no Instagram e Facebook. A medida visa substituir o atual modelo por um sistema de “notas da comunidade”, inspirado no mecanismo implementado por Elon Musk no X (ex-Twitter). Segundo Zuckerberg, a decisão reflete o objetivo de reduzir a censura e ampliar a liberdade de expressão nas plataformas da empresa.
Durante o anúncio, Zuckerberg acusou países da América Latina de utilizarem “tribunais secretos” para ordenar silenciosamente a remoção de conteúdos das redes sociais. Ele destacou que o modelo atual prejudica debates importantes e favorece a censura em temas sensíveis, como política, identidade de gênero e imigração.
“Os Estados Unidos possuem a mais forte proteção constitucional para liberdade de expressão do mundo. A Europa tem cada vez mais leis que institucionalizam a censura, tornando muito difícil a inovação lá. Países da América Latina têm ‘tribunais secretos’ que podem ordenar que empresas silenciosamente retirem conteúdos das plataformas”, declarou.
Notas da Comunidade: O Novo Sistema
O novo sistema, segundo Zuckerberg, pretende democratizar a moderação de conteúdos, transferindo o poder de decisão para os usuários. Ele também reconheceu que os filtros dos checadores de fatos muitas vezes removeram postagens de “pessoas inocentes” e admitiu que, ao eliminá-los, haverá menos remoção de conteúdos abusivos, mas maior precisão no monitoramento.
“Esses filtros cometem erros e derrubam muito conteúdo que não deveria ser derrubado. Retirando-os, vamos reduzir drasticamente a quantidade de censura em nossas plataformas”, afirmou.
A medida será aplicada primeiramente nos Estados Unidos, com expansão para outros países nos próximos meses.
Impacto nas Relações com o Brasil
A decisão da Meta levanta questionamentos sobre como será recebida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que nos últimos anos mantiveram diálogo constante com empresas de tecnologia para combater a disseminação de fake news.
Magistrados brasileiros, como o ministro Alexandre de Moraes, têm sido críticos das redes sociais em casos relacionados à propagação de desinformação e discursos de ódio. Ainda não está claro como a mudança afetará o cumprimento das regulamentações locais no Brasil, especialmente em questões eleitorais.
Um Novo Capítulo na Moderação de Conteúdo
Zuckerberg também declarou que dialogará com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para impedir que regulamentações locais em outros países interfiram na política de conteúdo de empresas americanas.
O CEO mencionou as eleições de 2016, quando Trump chegou ao poder pela primeira vez, como um marco para o debate sobre desinformação. “Tentamos, de boa fé, lidar com essas preocupações sem nos tornarmos os juízes da verdade. Mas os checadores de fatos se tornaram muito politicamente parciais e destruíram a confiança criada neles”, afirmou.
Embora a Meta justifique a mudança como um passo para ampliar a liberdade de expressão, críticos apontam que a remoção do sistema de checagem pode levar a uma proliferação ainda maior de conteúdos falsos e prejudiciais, especialmente em países onde os debates políticos são polarizados e as instituições democráticas enfrentam desafios.
Com a promessa de maior autonomia para os usuários, resta saber como a nova política será implementada globalmente e quais serão seus impactos reais nos contextos político e social.