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NACIONAL 18/12/2025 15:34:55

LULA DIZ QUE MERCOSUL ESTÁ PRONTO E QUE “A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QU


_Fonte Correio do Povo_

 

Presidente afirmou ter conversado por telefone com a primeira-ministra da Itália, que pediu mais tempo para aprovar o tratado

Diante das incertezas sobre a assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, levantadas principalmente por França e Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 18, que o bloco sul-americano está “100% disposto” a concluir o tratado e que a negociação já avançou o máximo possível do lado do Mercosul.

Na quarta-feira, 17, o presidente havia sido mais firme ao afirmar que, caso o acordo entre Mercosul e União Europeia não fosse assinado agora, o Brasil não voltaria a negociá-lo. Já nesta quinta, o discurso foi mais cauteloso, afirmando que “a esperança é a última que morre” e que aguarda uma definição nos próximos dias.

Lula falou sobre o tema durante entrevista coletiva a jornalistas no Palácio do Planalto, horas antes da cúpula de chefes de Estado e de governo da União Europeia, em Bruxelas, que discute o futuro do acordo. A assinatura era esperada para este sábado, 20, durante a cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR).

Conversa com primeira-ministra da Itália
Sobre a resistência francesa, Lula disse que a oposição de Paris nunca foi uma surpresa. A novidade, segundo ele, foi a posição da Itália. O presidente afirmou que conversou por telefone com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, nesta quinta-feira.

De acordo com ele, Meloni disse não ser contrária ao acordo, mas enfrentar dificuldades políticas internas devido à pressão de agricultores italianos.

“Ela me disse que não é contra o acordo, mas que está vivendo um certo embaraço político por conta dos agricultores. Disse que acredita que é capaz de convencê-los”, contou.

Segundo Lula, a primeira-ministra pediu “paciência de uma semana ou até um mês” para que o impasse seja superado. “Vou colocar o que ela me falou na reunião do Mercosul, para decidir o que será feito”, afirmou.

O presidente também reconheceu que há resistências internas no Brasil. “Tem muita gente do setor empresarial que é contra o acordo no Brasil”, disse, acrescentando que houve um esforço para convencer esses grupos ao longo das negociações.

Apesar das incertezas, Lula reafirmou a disposição política de concluir o tratado. “Acho que quando nós, dirigentes, queremos fazer, a gente tem que fazer. E eu quero fazer o acordo porque acho importante, até do ponto de vista político, da defesa do multilateralismo, de valorizar a reconstrução da OMC”, afirmou.

Ao final, adotou um tom cauteloso. “Se não for possível assinar agora porque não está pronto, também não posso fazer nada. Vamos aguardar amanhça. A esperança é a última que morre”, concluiu.

Segundo o presidente, a negociação com a União Europeia se arrasta há 26 anos e ganhou impulso recente após compromissos assumidos por lideranças europeias. “Essa tentativa evoluiu muito nos últimos anos nas conversas e tratativas que tivemos com a União Europeia. Tanto com a Ursula [von der Leyen] quanto com António Costa, eles assumiram o compromisso de que este ano a gente fecharia o acordo”, afirmou.

Lula destacou que, apesar de concessões feitas pelo bloco sul-americano, o acordo é mais vantajoso para os europeus.

“Da parte do Mercosul está tudo resolvido. O Mercosul está 100% disposto a fazer o acordo, mesmo não ganhando tudo que queríamos ganhar. O acordo é mais favorável à União Europeia do que a nós”, disse.

Para o presidente, o tratado tem um peso que vai além da economia. “Esse acordo é extremamente importante do ponto de vista político, porque envolve 722 milhões de seres humanos e cerca de 22 trilhões de dólares. É um acordo que dá uma resposta de sobrevivência e de sobrevida do multilateralismo”, afirmou, citando também a defesa da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"França não tem muito a perder”
Sobre a manifestação contrária da França em assinar o acordo, o presidente disse que não foi uma surpresa.

“Eu sempre soube que a França era contra. Conversei muitas vezes com o Macron, com a oposição francesa, cheguei a conversar até com a Brigitte, mulher do Macron. Pedi para ela abrir o coração do Macron para fazer um acordo com o Brasil”, relatou. Segundo ele, a França “não tem muito a perder” com o acordo, já que os países produzem bens agrícolas diferentes.

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