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ESTADO RS 23/10/2025 16:44:38

PELOTAS REGISTRA NOVO SURTO DE DOENÇA MENINGOCÓCICA POR SOROGRUPO DIFERENTE


_Fonte Correio Do Povo_

 

Pelotas confirmou neste mês um novo surto de doença meningocócica. Em função disso, nesta quinta-feira, o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) emitiu uma atualização do alerta epidemiológico. A classificação como surto ocorreu após a notificação de dois novos casos de infecção pelo tipo C, que se somaram a um terceiro registrado em agosto, totalizando três ocorrências, sem vínculo entre si, e em um intervalo inferior a três meses. Além disso, a cidade havia identificado outro surto em setembro, causado pelo tipo Y, também com três casos.

Diante do cenário, a Secretaria da Saúde (SES) recomenda especificamente em Pelotas e Canguçu — município vizinho que também teve registros da doença (dois casos pelo tipo Y) — uma dose de reforço com a vacina meningocócica ACWY, em crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade, que anteriormente receberam uma dose de reforço com a meningo C. A medida é temporária e busca ampliar a proteção contra os principais tipos da bactéria causadora da doença.

A Secretaria da Saúde também reforça para os municípios de Pelotas e Canguçu a importância de que pais e responsáveis por crianças menores de 5 anos procurem a unidade de saúde mais próxima para verificar a situação vacinal e avaliar a necessidade de dose de reforço contra a doença meningocócica.

Da mesma forma, adolescentes entre 11 e 14 anos devem realizar a vacinação com a meningocócica ACWY, disponível gratuitamente pelo SUS e que protege contra quatro tipos da doença. A atualização da caderneta de vacinação é uma medida essencial para ampliar a proteção e prevenir novos casos.

Alerta epidemiológico reforça atenção à doença
Da mesma regional de saúde de Pelotas — a 3ª Coordenadoria de Saúde — os dois casos de Canguçu não chegam a configurar surto por não atingir o número mínimo de três casos. Já em Pelotas, houve ainda outro caso pelo tipo C em maio, que não entra na contagem do surto atual por ter ocorrido fora do intervalo considerado. Os casos pelo tipo Y na cidade estão distribuídos entre pessoas de 5 meses a 72 anos, enquanto os do tipo C envolvem pessoas entre 24 e 59 anos.


Entenda a doença meningocócica
A doença meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, conhecida como meningococo, que pode provocar meningite (inflamação das membranas do cérebro), meningococcemia (infecção generalizada disseminada pela corrente sanguínea) ou ambas. Os principais tipos, ou sorogrupos, da bactéria são identificados por letras: A, B, C, W e Y. A transmissão ocorre por vias respiratórias, pela tosse, espirro ou beijo.

Vacinação de rotina para crianças e adolescentes
Pelo SUS, estão disponíveis gratuitamente a vacina meningocócica C e a ACWY, conforme os esquemas abaixo:

3 e 5 meses: Vacina meningocócica C (1ª e 2ª doses)
12 meses: Vacina meningocócica ACWY (reforço)
11 a 14 anos: Vacina meningocócica ACWY (dose única)
A vacina meningocócica C foi incorporada ao calendário de rotina infantil do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2010. Já a vacina meningocócica ACWY, que protege contra quatro tipos da bactéria (A, C, W e Y), começou a ser oferecida pelo SUS a adolescentes a partir 2020.

A partir de julho deste ano, o reforço previsto aos 12 meses de idade no cronograma infantil passou a ser feito com a vacina ACWY, substituindo a meningocócica C.

Orientações aos profissionais de saúde
O Cevs orienta os serviços de saúde a manterem atenção redobrada para identificar casos suspeitos. As principais medidas incluem:


Detecção precoce
Manejo clínico adequado
Quimioprofilaxia para contatos próximos (preferencialmente nas primeiras 24 horas)
Contatos próximos — como familiares, colegas de quarto ou profissionais de creche — devem receber medicação preventiva mesmo que já tenham sido vacinados.

Sintomas: atenção aos sinais
A população deve procurar atendimento médico imediato ao surgimento de sintomas, especialmente se forem súbitos. Os principais sinais são:

Febre alta repentina
Dor de cabeça intensa
Rigidez na nuca
Náuseas e vômitos
Sensibilidade à luz
Sonolência ou confusão mental
Manchas vermelhas ou roxas na pele
Convulsões
Em crianças menores de dois anos, os sinais incluem irritabilidade, choro persistente e abaulamento da moleira. Levar a caderneta de vacinação ao serviço de saúde é recomendado.

Situação no Estado
Em todo o Rio Grande do Sul, os números de 2025 já superam os de 2024: são 62 casos e oito mortes neste ano, contra 53 casos e sete óbitos no ano anterior. Os casos deste ano estão distribuídos por 14 das 18 coordenadorias regionais de saúde do Estado, com predominância do sorogrupo B, responsável por 41,9% das ocorrências. Em seguida, aparecem os sorogrupos C (22,6%) e Y (20,9%).

Além dos surtos registrados em Pelotas, a cidade de Bento Gonçalves identificou um surto neste ano, com três casos confirmados entre julho e agosto, todos causados pelo sorogrupo B.

Em comparação, no ano de 2024 os registros aconteceram em 10 das 18 coordenadorias. Naquele período, o sorogrupo C foi o mais prevalente (39,6%), seguido pelo B (30,2%) e pelo Y (13,2%).

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