Drogas e trabalho escravo: como traficantes geriam pedreira clandestina

Um esquema que unia venda de drogas, exploração ilegal de pedras e trabalho análogo à escravidão foi revelado, nesta terça-feira, durante a Operação Pó de Pedra, em Taquara, no Vale do Paranhana.

Conforme a Polícia Civil, o esquema era gerido por traficantes. Eles são suspeitos de fornecer crack em troca da mão de obra dos usuários. Seis investigados foram presos, sendo que dois já cumpriam pena no sistema prisional.

A ação ocorreu em uma pedreira clandestina, na região conhecida como Morro da Pedra, no interior do município. O objetivo dos criminosos seria extrair e vender material para construção civil.

No local, foram resgatados três trabalhadores em situação similar a de escravidão. Eles estavam no interior de um alojamento improvisado, em condições precárias de alimentação e higiene.

O trio seria submetido a jornadas de até 12 horas de trabalho, em serviços que consistiam na extração de pedras grês. Após, o material era vendido a empresas de construção civil.

Ocorre que, ao invés de salários, os trabalhadores recebiam porções de crack como forma de pagamento. “Encontramos uma cena horripilante”, afirmou o delegado Valeriano Garcia Neto, titular da DP de Taquara.

Ainda de acordo com o delegado, cinco dos sete investigados na operação tem relação direta com extração, venda e transporte de pedras grês. Eles foram presos preventivamente, por tráfico, e um sexto, foi detido em flagrante.

O último suspeito vai responder por crime de trabalho análogo ao de escravo. A função dele seria recrutar usuários de drogas para o serviço na pedreira clandestina. Ele negou que os trabalhadores estivessem em situação de escravidão, alegando que recebiam R$ 100 por dia.

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