FRANCISCO, O PAPA DO POVO, DA MISERICÓRDIA E DA REFORMA

Morreu nesta segunda-feira, aos 88 anos, o Papa Francisco — o primeiro pontífice latino-americano, o primeiro jesuíta no comando da Igreja Católica e, acima de tudo, um símbolo vivo de humildade, coragem e compaixão. Jorge Mario Bergoglio , nascido em Buenos Aires, tornou-se um dos líderes religiosos mais marcantes do século XXI, guiando a Igreja com mãos firmes e coração aberto por quase doze anos.

Francisco foi o Papa dos pobres, dos refugiados, dos marginalizados. Um homem que escolheu viver com simplicidade, que dispensou luxos e escolheu o nome de um santo que falava com os animais e caminhava descalço entre os leprosos. Um reformador incansável, que desafiou as estruturas internas do Vaticano, enfrentou crises históricas, e se recusou a julgar — preferindo acolher, escutar, abençoar.

Ao longo de seu pontificado, Francisco abriu caminhos para o diálogo com outras religiões, abraçou minorias, levantou a voz contra injustiças sociais, guerras e desigualdades. Em tempos de pandemia, foi a imagem solitária de um homem rezando sob a chuva na vazia Praça de São Pedro que tocou o mundo inteiro. Em cada gesto, uma mensagem: “A Igreja é um hospital de campanha, não um posto de controle”.

Com coragem, denunciou abusos, criticou líderes poderosos, clamou por solidariedade e pediu uma Igreja mais próxima das pessoas. Deu espaço às mulheres em cargos de decisão, autorizou bênçãos a casais do mesmo sexo e buscou, mesmo entre resistências, uma Igreja mais humana, mais justa, mais próxima do Evangelho de Cristo.

Hoje, o mundo se despede de um pastor que caminhou junto com seu rebanho. Um papa que chorou com os que sofrem, que riu com os humildes, que abriu as portas da fé para muitos que já haviam perdido a esperança. Sua presença seguirá viva nas ações de amor, nas palavras de paz e nas sementes de transformação que plantou ao longo de sua jornada.

Papa Francisco: um legado eterno de misericórdia, justiça e ternura.
“Miserando atque eligendo” — “Olhou-o com misericórdia e o escolheu.”

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